Secretário promete reativar leitos do Hucam
Reativar leitos, financiar recursos humanos e investir em serviços resolutivos no Hucam. Esse foi o conjunto de ações anunciado pelo secretário estadual de Saúde Tadeu Marino, em visita ao hospital na manhã desta segunda-feira (4). Ele, no entanto, ressaltou que os recursos são limitados e que “a prioridade absoluta é criar leitos de retaguarda”. Professores, chefes de serviço, membros da direção e outros funcionários participaram da reunião. O vice-reitor Reinaldo Centoducatte também esteve presente. Marino disse que o governador Renato Casagrande já acenou positivamente no sentido de firmar parcerias com o Hucam. Entretanto, no curto prazo, de acordo com o secretário, o Estado quer investir em ações práticas de retorno imediato. Dessa forma, ficou acordado que o governo estudará uma forma de viabilizar recursos humanos a fim de garantir o aumento de vagas em serviços de alta demanda e resolutividade, como a clínica médica e a cirúrgica. Não foram estabelecidos prazos. Hoje, de acordo com levantamento feito por RAIO-X, publicado na última edição impressa, o Hucam tem cerca de 132 leitos inativos. Por falta de funcionários, o hospital não usa aproximadamente 42% da sua capacidade de internação. Clínica Médica, Cirúrgica, Nefrologia, Urologia, UTIN e Maternidade são os setores mais afetados. Os detalhes do acordo entre a o governo estadual e o Hucam, como o local e o número de leitos que serão reativados, serão definidos nos próximos dias.
Crise – Ex-aluno da Ufes, o médico Tadeu Marino destacou a importância do Hucam na assistência e no ensino, mas afirmou que a unidade passa por um processo de degradação, devido a uma política federal marcada pelo descaso. Na avaliação do secretário, a falta de funcionários não afeta somente o Hospital Universitário, mas também todo o serviço de saúde pública. O titular da pasta de Saúde também fez um discurso em defesa da implantação da carreira de Estado na área de saúde. Após ter enfrentado a primeira grande crise na semana passada, com superlotação e o fechamento do São Lucas, Marino disse que “a situação é emergencial e que o Sistema Único de Saúde está no limite”.
O secretário de Saúde Tadeu Marino, o vice-reitor Reinaldo Centoducatte e o diretor do Hucam Emílio Mameri Desabafos – Chefes de serviços e professores participaram da reunião e vários aproveitaram o momento para expor a preocupação e o descontentamento devido às dificuldades e deficiências pelas quais passa o hospital. Um dos professores destacou que, nas condições atuais, o Hucam acaba por deformar a formação dos alunos e residentes, apresentado o pronto-socorro como exemplo. Visivelmente emocionado, o diretor Emílio Mameri também usou da palavra para alfinetar o vice-reitor Reinaldo Centoducatte, ao afirmar que a Ufes acredita que o “Hucam deve ser do tamanho que pode ser”. Na opinião de Mameri, a Universidade defende a readequação do hospital com a redução e até o fechamento de alguns serviços, dada a dificuldade de mantê-los em funcionamento. O vice-reitor reagiu e negou as críticas. Ele afirmou que a posição da reitoria é a de buscar parcerias no intuito de fortalecer o hospital e manter os serviços. O vice, no entanto, admitiu que alguns setores têm outra visão, o que pode prejudicar a apreciação de processos relativos ao hospital no Conselho Universitário. É a primeira vez que os desentendimentos entre a direção do Hucam e a reitoria da Ufes vem à tona em reunião aberta.
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