GREVE NA UFES: Servidores contrariam lideranças nacionais e mantêm greve

A greve dos servidores técnico-administrativos da Ufes, que completa um mês nesta quinta (7), continua sem data para acabar. Contrariando a orientação das lideranças nacionais, que optaram pelo retorno ao trabalho a partir do próximo dia 14, a decisão de manter o movimento paredista em todos os quatro campi da Ufes deve ser formalizada após assembleia geral que será realizada ainda esta semana.  

 

A decisão do Sintufes (Sindicato dos Trabalhadores da Ufes) contraria a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras), que orientou os trabalhadores a suspenderem a paralisação. O comando nacional de greve enviou nota aos sindicatos pedindo a suspensão do movimento após ter recebido uma proposta do Governo Federal para a retomada das negociações. Os servidores estiveram reunidos nesta quarta (6) com representantes dos Ministérios da Educação e do Planejamento.

 

No documento enviado à Fasubra, o governo afirma que a negociação foi interrompida em junho devido à deflagração de greve e exige a suspensão imediata do movimento para que as reivindicações dos grevistas passem a ser analisadas. A proposta do governo foi aprovada pelos servidores em votação apertada (52 a 47 votos) em assembleia realizada na noite desta quarta (6) na sede da Fasubra, em Brasília.

 

Ainda de acordo com a nota divulgada pela Fasubra, “diante da decisão pelo retorno ao trabalho, após um mês da greve nacional, agora serão realizadas assembléias dos servidores no âmbito dos Estados, a partir de hoje (7) até o dia 12 de julho, para avaliação do indicativo de retorno às atividades no dia 14”. Entretanto, o Sintufes não pretende encerrar a paralisação.

 

Paralisação – Iniciada em 7 de junho, a greve tem afetado principalmente a realização de consultas, pequenas cirurgias e coleta de exames laboratoriais no Hospital Universitário (Hucam). O movimento agora deve avançar sobre os serviços internos do hospital. A paralisação também prejudica os estudantes, já que a biblioteca e o restaurante universitário em todos os quatro campi da Ufes estão fechados, e pode colocar em risco o calendário acadêmico.

O movimento paredista, que atinge mais de 45 universidades em todo o país, pede que o piso da categoria, atualmente em R$ 1.034, seja reajustado em pelo menos três salários mínimos (R$ 1.635) e a abertura imediata de concursos públicos para a substituição dos funcionários terceirizados. Os servidores também são contra a criação de uma estatal para gerenciar os hospitais universitários federais, prevista em Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional na última terça (5).

Justiça – A Justiça Federal negou, em primeira análise, o pedido de liminar enviado pelo Ministério Público Federal (MPF/ES) que pedia o encerramento imediato da greve e o restabelecimento do funcionamento integral do Hucam e de seus ambulatórios anexos, sob pena de multa ao sindicato. A denúncia foi protocolada na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF/ES pelo Diretório Acadêmico de Medicina da Ufes (DAMUFES). (baixe o documento em: https://www.4shared.com/document/Xbojo6Fz/OFICIO_0502011MPFimdagreve.html?)

 

Em seu despacho, o juiz Francisco de Assis Basilio de Moraes considerou que a paralisação tem afetado “basicamente os serviços ambulatoriais” e postergou a apreciação do pedido de liminar para após a resposta dos grevistas. A Justiça pode, portanto, decidir pela suspensão ou não da paralisação dos servidores da Ufes lotados no Hucam ainda esta semana.   

 

 

Veja nota divulgada pela Fasubra

https://www.fasubra.org.br/

 

 

Servidores da UFPR também decidem manter greve

https://migre.me/5cwVC

 

 

Veja a decisão da Justiça Federal

https://www2.jfes.jus.br/jfes/consulta/resconsproc.asp

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL

Seção Judiciária do Espírito Santo

JUÍZO DA QUARTA VARA FEDERAL CÍVEL

PROCESSO Nº 0007108-37.2011.4.02.5001

DESPACHO

Tendo em vista que a questão envolvida nos presentes autos possui imbricações diretas com o processo nº 2009.50.01.001450-0, no qual restou reconhecida a necessidade de provimento de novos cargos no âmbito do hospital público objeto desta demanda, bem como que o movimento paredista promovido pelos servidores têm paralisado basicamente os serviços ambulatoriais, consoante se extrai do termo de declarações anexado às fls. 26/28, os quais, em tese, repercutem tão-somente de forma reflexa nos demais serviços, postergo a apreciação do pedido de liminar para após a resposta dos réus quanto ao mesmo, que deverá ser produzida no prazo de 5 (cinco) dias.

Citem-se e intimem-se, com urgência.

Vitória, ES, 01 de julho de 2011.

FRANCISCO DE ASSIS BASILIO DE MORAES

Juiz Federal


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