Alunos da Ufes ocupam Reitoria e suspendem aulas


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Aproximadamente 200 estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ocuparam o prédio da Reitoria no campus de Goiabeiras, em Vitória, na tarde desta sexta-feira (26), em apoio à greve dos servidores técnicos e dos professores. As aulas foram parcialmente suspensas durante o dia, inclusive nos campi de São Mateus e de Alegre. Os alunos, que declararam estado de greve até quarta (31), só deixaram as dependências da Reitoria por volta das 22h e nova ocupação não está descartada durante a próxima semana.

 

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufes admite que são vários os problemas enfrentados pelos alunos devido a greve dos servidores técnicos, mas manifesta apoio à paralisação dos funcionários e diz que o governo federal precisa atender as reivindicações da categoria. "Nós estamos solidários a luta dos servidores. Esperamos que a greve deles termine com conquista. O governo precisa abrir negociação. Esse é um manifesto nacional e várias reitorias estão sendo tomadas pelo país, em defesa de ampliação e investimento na área de educação", disse Raphael Sodré, diretor do DCE.

 

Os estudantes realizaram nesta sexta (26) uma assembleia e entregaram ao professor Reinaldo Centoducatte, reitor pro tempore da Ufes, uma carta com vários problemas que estão enfrentando. Eles deflagraram atividade de greve estudantil e decidiram que até quarta-feira (31) não irão assistir as aulas nos quatro campi da Universidade. Caso os servidores técnicos não tenham uma resposta do governo federal, outros manifestos serão promovidos pelos universitários.

 

No Centro de Ciências da Saúde, no campus de Maruípe, o impasse entre os acadêmicos permanece. O Diretório Acadêmico de Medicina (DAMUFES) e o Centro Acadêmico de Odontologia (CAO-UFES) divulgaram ainda na sexta-feira (26) comunicados pela internet reforçando o posicionamento contrário à greve, de servidores, professores e alunos. Estudantes e docentes desses dois cursos afirmam que não vão aderir ao movimento grevista e que as aulas teóricas e práticas não serão suspensas. Os demais cursos da saúde apóiam a greve e devem paralisar as aulas.   

 

A onda de lutas do movimento estudantil é nacional. Atualmente, a UFPR e a UNIFESP se encontram em greve geral, além dos Institutos Federais da Bahia, antigos CEFETs. Só nessa semana, as reitorias da UFPR, IFBAs, UFSC, UEM, UFF, UFES e UFS foram ocupadas. Todas as lutas expressam solidariedade à greve dos servidores federais e tem impulsionado indicativos de greve também dos professores universitários.

 

Professores – O magistério da Ufes aprovou novo indicativo de greve em assembleia realizada nesta sexta (26) para o dia 5 de setembro. Nesta data, os professores se reúnem para decidir se entrarão em greve, na dependência da sinalização do movimento nacional. No entanto, já está marcada uma paralisação da categoria para a próxima quarta-feira (31), com manifestação, panfletagem e outras ações.  


Os professores querem a reestruturação da carreira. A categoria não está satisfeita com a proposta apresentada pelo governo federal – reajuste de 4% referente ao salário base, não levando em conta os títulos, como o doutorado – mas as lideranças nacionais assinaram na tarde desta sexta (26) um acordo emergencial com o governo, descartando, pelo menos por enquanto, a deflagração da greve nacional.

 

Servidores – Os técnico-administrativos estão de braços cruzados desde 7 de junho e o movimento, que é nacional, não tem data para acabar. As negociações entre as lideranças nacionais e o governo federal continuam suspensas. Os funcionários públicos reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Estima-se que mais de 6 mil pessoas estão sendo prejudicadas devido a greve nos quatro campi da Ufes.

 

No campus de Goiabeiras, por exemplo, o Restaurante Universitário (RU) está deixando de preparar 4 mil refeições por dia, e a Biblioteca Central deixa de receber 50 mil visitantes por mês. Em Maruípe, consultas, pequenos procedimentos e exames laboratoriais oferecidos no Hucam e no Instituto de Odontologia não estão funcionando de forma integral. Aproximadamente 500 pacientes deixam de receber assistência médica todos os dias em virtude do fechamento parcial dos ambulatórios anexos ao Hucam.  





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