Alunos decidem na sexta se farão greve
Após dois dias de protestos, portões fechados, ameaças e bate-boca, estudantes da Ufes liberaram a passagem de veículos nas portarias do campus de Goiabeiras na manhã desta quarta-feira (31), e se uniram aos servidores e professores em uma passeata pelas ruas de Vitória. Novas manifestações não estão descartadas nesta semana. Os alunos realizam novas assembleias nesta sexta-feira (2), as 10h e as 18h, em frente ao Restaurante Universitário, em Goiabeiras, para reavaliar o movimento e decidir se entrarão em greve por tempo indeterminado. A Ufes está em ritmo de paralisação estudantil desde segunda (29), conforme deliberado em assembleias na semana passada. Nesta quarta, cerca de 500 pessoas, entre estudantes, servidores e professores, saíram do campus de Goiabeiras por volta de 11h45 munidos de faixas, cartazes e gritos de ordem. Eles reivindicavam melhorias para educação pública e manifestavam apoio à greve dos servidores e também ao indicativo de greve aprovado pelos professores. Os grevistas ocuparam todas as faixas da Av. Fernando Ferrari, passaram pela Ponte da Passagem e seguiram pela Av. Maruípe em direção ao campus da Ufes em Maruípe. A passeata terminou por volta de 13h após um abraço simbólico no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam). Um grupo formado por aproximadamente 200 universitários, entre eles representantes da Medicina, Odontologia, Direito e Engenharias, já estava reunido no Centro de Ciências da Saúde, em Maruípe, aguardando a chegada dos manifestantes. Esse grupo é contrário à greve e discorda de decisões tomadas pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). Em seguida, alunos, servidores e professores se reuniram em uma plenária ainda dentro do campus de Maruípe, ao lado do prédio do Anatômico. Representantes dos técnico-administrativos, dos docentes e de diversos cursos se revezaram no microfone e declararam seu posicionamento em relação à greve e aos problemas atuais da universidade. A reunião, que não teve caráter deliberativo, terminou por volta das 15h. Não há protestos previstos para esta quinta-feira (1º). Reitoria – Um grupo que representa os manifestantes se reuniu na tarde desta terça-feira (30) com o reitor em exercício, Reinaldo Centoducatte. A conversa durou cerca de três horas, mas não houve acordo. Uma das 31 reivindicações é a reabertura do Restaurante Universitário (RU), fechado devido à greve dos servidores. A Ufes informou que a reunião se estendeu muito e que o número de participantes caiu, prejudicando qualquer decisão. Mas afirma que as negociações poderão ser feitas em qualquer momento. A instituição divulgou uma nota considerando as manifestações "inaceitáveis" e de interesse político. Paralisação – Os professores mantêm o indicativo de greve para o dia 05 de setembro, próxima segunda-feira. No mesmo dia, eles realizarão uma assembleia para definir se a greve será de fato colocada em prática. De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) José Antônio da Rocha, o sindicato nacional da categoria assinou um acordo com o governo federal que fixa o reajuste salarial dos professores em 4%, incluindo as gratificações e títulos. Mas nem todas as reivindicações, como a reestruturação da carreira, foram atendidas. Já os servidores técnicos, em greve desde 7 de junho, não tem data para voltar ao trabalho. Mas admitem que o movimento, que completa 90 dias na próxima semana, pode estar perto do fim. Entretanto, as negociações entre as lideranças nacionais e o governo federal continuam suspensas. O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes), José Magesk, diz que os trabalhadores mantêm 50% do efetivo em atividade por força de decisão judicial. As 31 reivindicações do DCE https://dceufes.wordpress.com/ A nota oficial da Ufes https://portal.ufes.br/sites/portal.ufes.br/files/resp.%20Reitor%20aos%20estud.%20Ago%202011.pdf Fotos da passeata por Sintufes https://www.joomla.sintufes.org.br/
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