GREVE NA UFES: Paralisação dos servidores avança

A paralisação dos servidores técnico-administrativos da Ufes será ampliada a partir desta quarta-feira (8) e não tem previsão para acabar. O motivo é que o governo federal fechou temporariamente o canal de negociações com as lideranças nacionais do movimento, em virtude da deflagração da greve nas universidades federais nesta semana. No campus de Maruípe, a biblioteca, o restaurante universitário e parte dos ambulatórios do Hucam amanheceram fechados, conforme RAIO-X antecipou ontem.

A reunião prevista para ocorrer nesta terça-feira (7) em Brasília entre os coordenadores da Federação dos Sindicatos (Fasubra) e o representante do Ministério do Planejamento (MPOG), considerada decisiva pelos sindicalistas, foi cancelada, por iniciativa do governo. De acordo com o comunicado assinado pelo Secretário de Recursos Humanos do MPOG, Duvanier Paiva Ferreira, o início do movimento de greve representa a “interrupção unilateral das negociações”. Servidores e governo têm reunião agendada para o dia 16.

Segundo o coordenador-geral do Sintufes, José Majesk, a paralisação deve ser ampliada em todo o país a partir desta quarta, com o objetivo de pressionar o governo a reabrir a mesa de negociações e ceder em pelo menos alguns itens da pauta. Entre as principais reivindicações dos trabalhadores das universidades federais estão aspectos salariais. Eles pretendem obter um reajuste para elevarem o piso salarial da categoria, atualmente em R$ 1.034,00, para R$ 1.635,00, o equivalente a três salários mínimos.  

Hospital – Nesta terça-feira (7), os campi de Maruípe e Goiabeiras iniciaram o dia em estado de greve. No Centro de Ciências da Saúde, além da biblioteca e do restaurante universitário, os seis ambulatórios médicos também foram afetados pela paralisação dos funcionários. Grande parte das consultas foi cancelada, prejudicando pacientes e alunos, e apenas os programas especiais foram mantidos, 18 ao todo.  

De acordo com os cartazes afixados pelo sindicado, os serviços ambulatoriais que foram mantidos são: Hemato, TDAH, Neuro, Nefro e Infecto (Casa 1 – Pediatria); Alto Risco, Mastologia, Colposcopia, Pavivis e Oncologia Ginecológica (Casa 2); Cirurgia Geral, Hemato, Fígado, Alcoolismo, Nefro, Obesidade, Troca de Sonda e Uro (Casa 3); Glaucoma e Retina (Casa 4); Esclerose Múltipla, Tuberculose, DIP, Epilepsia e Hemato (Casa 5); e Centro de Infusão (Casa 6). Na Dermatologia, o programa de Hanseníase foi o único mantido em funcionamento. 

As agendas de consultas de todos os ambulatórios foram confiscadas pelos grevistas, que chegaram antes das 6h no hospital, conforme RAIO-X noticiou ontem. A Casa 4, onde atualmente funciona apenas a Oftalmo, foi o único setor que manteve o ritmo de atendimentos praticamente normal. Por outro lado, os serviços de abertura de prontuários e marcação de consultas e exames (SAME) estão totalmente suspensos.    

Com o fechamento parcial dos ambulatórios, as aulas práticas foram seriamente afetadas. O atendimento de pediatria do 7º e 8º períodos, por exemplo, não foi realizado. Os calouros também foram pegos de surpresa e ficaram sem aulas no anatômico, porque os técnicos do setor aderiam à greve. As aulas teóricas, por sua vez, ocorreram normalmente.

Dentro do hospital, apesar dos vários cartazes de “greve” afixados em todos os setores, não foram registradas intercorrências ou indícios de paralisação durante o dia. Mas o movimento pode atingir as enfermarias nos próximos dias, com a interrupção das internações, como ocorreu na paralisação de 2007. “Dói muito na gente penalizar os necessitados. Vamos fechar a internação em último caso”, disse o coordenador-geral do Sintufes, José Majesk.



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